segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A Aldeia Neolítica





AS ALDEIAS DE AGRICULTORES E PASTORES
A passagem do Paleolítico para o Neolítico se deu aproximadamente entre 10 000 e
8 000 a.C., com o fim das glaciações. A vida nómada baseada na caça, na pesca e na recolha de alimentos foi, aos poucos, substituída por uma nova sociedade em que o homem praticava a agricultura, domesticava os animais, desenvolvia a cerâmica, a cestaria e a tecelagem, usava ferramentas especializadas de pedra polida e vivia em aldeias.

Adquirindo maior domínio sobre a natureza e melhor conhecimento das leis da sua reprodução, o homem adquiriu um controlo sobre as fontes de alimentação, aumentando, assim o número de pessoas que podia viver numa mesma área. Tudo isso caracterizou uma verdadeira revolução na vida do homem - a revolução agrícola.

O APARECIMENTO DA AGRICULTURA

As primeiras culturas iniciaram-se quando os homens, pela observação, passaram a compreender cada vez mais a respeito das plantas e dos animais que usavam como alimento. Verificaram que ao caírem as sementes no chão, nasciam e cresciam as plantas. Gradualmente, tornaram-se experientes no cultivo do trigo, da cevada, de tubérculos, de frutas e hortaliças, e hábeis em semear, ceifar, armazenar e moer.

Provavelmente, foi domesticando as crias dos animais que haviam matado, que os homens aprenderam a criá-los. Passaram a ter rebanhos de bois, carneiro, cabras, porcos, utilizando as peles, carne e leite. A abundância de lã e de linho tornou possível a tecelagem.
Da observação da terra endurecida ao redor do fogo, nasceu a cerâmica e a olaria. Potes, vasos e outros recipientes passaram a ser largamente utilizados para armazenar a água e os alimentos e para cozinhá-los.

A agricultura era praticada de forma bastante rudimentar.

A ALDEIA NEOLÍTICA


Os arqueólogos acreditam que os primeiros agricultores e pastores viveram por volta de 8 000 a.C., nos vales aluviais do Oriente Próximo. Por volta de 6 000 a.C., as comunidades agrícolas haviam se propagado através de todo o sudoeste da Ásia e sul da Europa, espalhando-se também pelo norte da África. Pesquisas arqueológicas encontraram restos de antigas aldeias em Jericó na Palestina, em Qalat-Jarno na bacia do rio Tigre e em Tell-Hassuna no Iraque.
Com a agricultura, a terra das aldeias tornou-se de uso comum dos clãs e era lavrada coletivamente, assim como os rebanhos, os celeiros, as pastagens e as cabanas. De uso individual permaneceram os instrumentos de caça, os utensílios de cozinha e o vestuário. Tudo aquilo que se produzia era partilhado equitativamente dentro de cada grupo, havendo trocas dos produtos excedentes. Mesmo sendo ainda de subsistência, existia agora uma economia produtora de alimentos e não mais apenas recoletora.

O trabalho tornou-se então uma atividade constante e colectiva, que mobilizava toda a aldeia: era preciso drenar pântanos, controlar as enchentes dos rios, limpar florestas, semear os campos, pastorear o gado etc. A divisão do trabalho estava directamente relacionada com o sexo: as mulheres deviam arar o solo, moer e cozinhar os grãos, fiar, tecer, fabricar os potes e os ornamentos; a limpeza do terreno para o cultivo, a construção das habitações, a criação do gado, a pesca e o fabrico de ferramentas e armas eram as tarefas masculinas.
Os aldeamentos eram formados de habitações pequenas, circulares ou quadradas e sempre de material precário, diferindo de região. Próximo às florestas, erguiam-se cabanas construídas de troncos, próprias das comunidades de caçadores e pastores. Sobre as águas dos lagos e rios, elevavam-se as palafitas dos pescadores.


Durante o período Neolítico, foram edificados os monumentos "megalíticos"(mega = grande; ithos = pedra), entre os quais se destacam os menires (enormes pedras de até 23 metros de altura, cravadas verticalmente no solo) e os dólmens (duas ou mais pedras cravadas no chão, cobertas por outras em posição horizontal, formando uma espécie de mesa). Esses monumentos serviam de culto aos mortos ou para cerimonias em honra às forças da natureza.
A aldeia neolítica era auto-suficiente com a população a ocupar-se das actividades agrícolas, de pastoreio, de tecelagem e na produção de utensílios de cerâmica, de armas e de ferramentas de pedra polida, utilizados na própria aldeia.

Sem comentários: